Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (2), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende a proteção à democracia brasileira e demonstra preocupação com a “manipulação religiosa” e disseminação de notícias falsas.
O documento, que é uma espécie de mensagem à sociedade brasileira diante do cenário atual, ainda reitera “apoio incondicional” às instituições brasileiras que, segundo a entidade católica, são responsáveis “pela legitimação do processo e dos resultados das eleições.”
“A dinâmica da democracia nos coloca, mais uma vez, num processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto”, ressalta.
O comunicado é resultado da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que teve a participação de 292 bispos católicos brasileiros e teve início no último domingo (28).
A entidade católica observa que o país está “envolto numa complexa sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira”.
“Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional. Isso não significa somente um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos”, ressalta.
O documento observa ainda que a corrupção do país é “histórica, contínua e persistente” e que “subtrai o que pertence aos mais pobres”. E defende a Lei da Ficha Limpa como uma “conquista popular e democrática” e que deve ser promovida para garantir a “ética na política”.
“É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a disseminação de fake news que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia”, afirma.
A entidade católica ressalta que a manipulação religiosa feita por políticos e religiosos “desvirtua os valores do evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil”, como a miséria e a fome.
CNN Brasil