O vigilante da agência bancária explodida por criminosos na madrugada desta quinta-feira (1º) no município de Canguaretama, no litoral Sul do Rio Grande do Norte, se escondeu no próprio prédio atacado durante a ação dos bandidos, que chegaram a fazer reféns na cidade.
O profissional não foi encontrado pela quadrilha durante o ataque à agência e saiu sem nenhum ferimento. O vigilante, que preferiu não se identificar, contou à reportagem da Inter TV Cabugi que decidiu se abrigar na agência após perceber o “poder de fogo” dos bandidos.
“Eu estava dentro da agência, quando vi uma movimentação e corri para a frente, achando que fosse vandalismo. Quando percebi, vi que era um poder de fogo muito maior que o meu. A orientação é: se o seu poder de fogo não compete, então você tem que procurar suporte. Então, se abriga e faz os procedimentos que são feitos no treinamento da empresa”, contou.
Segundo o vigilante, que é contratado de uma empresa terceirizada, os criminosos perceberam o momento em que ele saiu e retornou ao prédio. Assim, quando invadiram a agência, o procuraram, mas sem sucesso.
“Eles me viram e, tanto vieram para a área do cofre e tesouraria, como à minha procura. Como eu estava bem abrigado, não me encontraram, atiraram dentro da agência, reviraram tudo, e eu só consegui sair depois que aliviou”, relatou.
O segurança relatou que passou momentos difíceis durante a invasão dos criminosos, mas que conseguiu colocar o plano em prática.
“É uma adrenalina que você só sente na hora, não tem como explicar. Você pensa mil coisas, mas o objetivo é fazer o que tem que ser feito nos procedimentos orientados pela gestão”, falou.
O crime
Uma quadrilha fortemente armada invadiu a cidade de Canguaretama, rendeu trabalhadores e os usou como escudo humano, cercou o prédio da Polícia Militar e explodiu a agência do Banco do Brasil, na madrugada desta quinta.
O caso foi confirmado ao g1 pela Polícia Militar. Não há informações sobre feridos. Vídeos gravados por moradores da cidade registraram disparos de arma de fogo e mostram reféns sem camisas e com as mãos para cima, durante o tiroteio.
Segundo o major Alam Bruno, da PM, o caso aconteceu por volta das 2h. Os criminosos cercaram a agência do Banco do Brasil e a Companhia da Polícia Militar, onde estavam os militares. Houve um confronto inicial, mas os bandidos renderam pessoas que estavam voltando do trabalho, na usina da cidade, e as usaram como escudo humano.
“Só na frente da companhia foram 11 reféns. Eles desembarcaram o pessoal da van e colocaram como parede humana, para não haver mais reação da polícia. Atiraram na viatura”, contou o major.
Os criminosos conseguiram explodir o banco, mas a polícia não informou se eles conseguiram levar dinheiro. O número de criminosos envolvidos na ação também não foi informado pela corporação.
Ainda de acordo com a PM, um carro usado pelos criminosos foi recuperado na cidade de Pedro Velho, onde policiais entraram em confronto com suspeitos em fuga. Outra viatura da PM também foi atingida pelos disparos dos criminosos, mas nenhum policial ficou ferido. Outro confronto também aconteceu no município de Brejinho.
Apesar das buscas, nenhum suspeito foi preso até a última atualização desta matéria.
g1