A economia brasileira perdeu cerca de R$ 410 bilhões para o mercado ilegal em 2022, o maior valor desde o início da série histórica em 2014. Em relação ao ano passado, houve alta de 36%. Os dados inéditos são do Fórum Nacional Contra a Ilegalidade (FNCP).
A quantia se refere à soma das perdas registradas por 14 setores industriais, que chegam a R$ 280,8 bilhões, e à estimativa dos impostos que deixaram de ser arrecadados, aproximadamente R$ 129,2 bilhões.
De acordo com o levantamento, o vestuário é o setor mais impactado, com perdas de R$ 84 bilhões — o equivalente a um aumento de 40% frente aos números de 2021. Na sequência, aparecem os bebidas alcoólicas (R$ 72,2 bilhões), combustíveis (R$ 29 bilhões) e cosméticos e higiene pessoal (R$ 21 bilhões).
Também figuram na lista defensivos agrícolas (R$ 20,8 bilhões), TV por assinatura (R$ 12,1 bilhões) e cigarros (R$ 10,5 bilhões) — produto campeão em contrabando no Brasil.
Foram cerca de 162 milhões de maços ilegais apreendidos no país em 2022, segundo relatório da Receita Federal. O volume representa quase 30% de todas as apreensões de mercadorias ilegais no ano.
Lauro Jardim – O Globo
