Em sessão realizada na tarde desta segunda-feira (07) em Brasília, os 14 ministros do órgão especial do Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgaram, por unanimidade, a favor dos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no último recurso possível à ação dos Precatórios. Na ocasião, também foi negado o sobrestamento do processo, bem como a sua retirada de pauta, solicitados pela Procuradoria Geral Federal (PGF) no último dia 24. O julgamento foi acompanhado pessoalmente pelo presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, e pela assessora jurídica da entidade, Andreia Munemassa.
A decisão foi por ser realizado o pagamento aos 1.920 docentes que reclamavam os direitos perdidos com os Planos Bresser e Verão. A batalha judicial que soma ao todo 33 anos deve injetar na economia potiguar mais de R$200 milhões. Os valores finais ainda devem ser atualizados e pagos até no máximo 2027.
O presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, considera que o resultado do julgamento é mais uma confirmação da justeza dessa causa. “Em todos os recursos impetrados na ação desde o início de sua execução, a justiça reafirmou o direito dos professores a receberem os valores devidos”, lembrou. Para o dirigente, essa é uma das maiores vitórias do Movimento Docente do Rio Grande do Norte.
Esta é a ação de precatórios mais emblemática do estado, pois é a mais antiga que tramitou no TRT 21ª Região e, dado o volume de recurso, é a mais importante para a economia do RN, como aponta a advogada Andreia Munemassa. “Do ponto de vista jurídico, é uma ação que detém uma qualidade muito especial porque teve duas ações rescisórias: a primeira favorável à UFRN e a segunda ajuizada por nós, que fez com que os professores reconquistassem a garantia do recebimento desses precatórios, que deveriam ter sido pagos em 1996. Então, é uma ação rescisória da rescisória”, esclarece.
O caso havia sido dado por perdido, quando foi recuperado pelo Escritório Munemassa a pedido do Sindicato dos Docentes da UFRN (ADURN-Sindicato), no ano de 2013. Em 2015 houve o trânsito em julgado da Ação Rescisória nº 7825-19.2013.5.00.0000, proferida pela Subseção II Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Naquele momento, foi reconhecido o direito dos quase 2 mil docentes da UFRN, que são substituídos na ação, em receber as correções salariais decorrentes dos Planos Bresser e Verão, possibilitando a execução da sentença de 1991.
Devido à morosidade do trâmite – só no TRT 21ª Região foram mais de 10 anos de espera -, desde o início até agora, cerca de 40% dos beneficiários faleceram aguardando receber o benefício. “Foi uma espera muito grande para todas as famílias e tem sido um trâmite difícil, são muitos os interesses que dificultaram além da falta de celeridade da Justiça, então, foi muito árduo. Esse foi, sem dúvida, o processo mais difícil de toda a minha carreira”, pontua Andreia Munemassa.
Oswaldo Negrão ressalta que “durante toda essa fase de execução as gestões que passaram pela diretoria do ADURN-Sindicato conduziram o processo de forma justa, preocupada e atenta, acumulando força política para que não ocorressem mais prejuízos aos professores que há tantos anos esperam o efetivo reconhecimento do que lhes é de direito”, afirmou.
Com todos os recursos possíveis esgotados, o próximo passo é aguardar o trânsito em julgado da ação para que sejam refeitos os cálculos referentes aos pagamentos.
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