
O Brasil encerrou 2022 com 8 Gigawatts (GW) de expansão na capacidade instalada de energia elétrica e a maior contribuição para o alcance do resultado – o segundo melhor desde 1996 – saiu de novos parques eólicos em operação na Bahia, no Piauí e no Rio Grande do Norte.
Levantamento do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) baseado em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mostra que dos 8 GW adicionados à matriz elétrica brasileira entre janeiro e dezembro, 35,49% correspondem à oferta da chamada “energia dos ventos”.
O número representa 2,9 GW e ficou inteiramente concentrado na região Nordeste. Além da Bahia, do Piauí e do Rio Grande do Norte – com 91,87% da potência instalada pelo setor – contribuíram para o total os estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba.
Leia maisEm termos regionais, o Nordeste respondeu pela maior fatia da ampliação registrada na matriz elétrica brasileira no período, considerando todas as fontes de energia e não apenas a eólica. Foram 4,5 GW, representando 55% do total do acréscimo no ano.
O período registrou adição, ainda, de energia gerada por usinas termoelétricas, com participação de 27,45%, de pequenas centrais hidrelétricas (2,64%), de usinas hidrelétricas (1,87%) e de centrais geradoras hidrelétricas (0,04%).
Escalada energética
Outra novidade no ano foi que, com o incremento gerado pelas novas usinas, a energia solar fotovoltaica alcançou 23,85 GW de potência instalada em operação no país, assumindo o posto de segunda maior fonte na matriz elétrica brasileira, antes ocupado pela energia eólica (agora com 23,75 GW).
O dado foi anunciado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e inclui grandes usinas e a geração distribuída – frente do setor que engloba sistemas de geração de energia para residências e estabelecimentos comerciais e industriais de micro, pequeno e médio portes. A liderança da matriz continua com a fonte hídrica, com 109,7 GW.
Segundo Rodrigo Mello, do SENAI, o crescimento da fonte solar a partir da geração distribuída “ajuda na gestão do sistema, pois tem uma capilaridade incrível, cidade a cidade, casa a casa, bairro a bairro”. “Isso ajuda na gestão do sistema e fortalece a economia, ampliando a geração de emprego e a distribuição de renda nos municípios”, frisa, acrescentando que, no caso do RN, “todo o território do estado está apto para produção de energia solar, então a perspectiva para o setor é de se manter em alta, com muita atividade nos setores públicos e privados”.
Ponta Negra News