O aumento de R$ 0,50 no preço do litro da gasolina em Natal, que tem causado indignação, seria culpa da Petrobras e da redução na quantidade distribuída desse combustível no Rio Grande do Norte. Quem aponta são distribuidores, que justificam a elevação de 10% no fato de que alguns postos estão precisando adquirire o produto foram do Estado. A empresa foi procurada em ainda não se manifestou.
O reajuste, que levou o litro de R$ 4,99 (média) para R$ 5,49 foi recebido com mais espanto ainda porque não houve qualquer alteração de preços por parte da estatal e chega quando faltam apenas quatro dias para a eleição do dia 2 de outubro. Além da Estatal, distribuidores também culpam a concorrência desleal.
De acordo com um revendedor de combustível potiguar que pediu para ter seu nome omitido (por medo de represálias), a distribuição de combustível para o Rio Grande do Norte estaria sendo reduzida pela Petrobras. Seria essa falta do produto que estaria forçando a procura por outros mercados e, com isso, encare-cendo o combustível.
O valor cobrado (R$ 5,49) para a gasolina está maior do que a média de R$ 4,99 e do valor máximo de R$ 5,18, registrado pela Agência Nacional de Petróleo Biocombustíveis e Gás Natural (ANP), no último levantamento divulgado sobre a capital potiguar, na semana entre os dias 11 e 17 deste mês.
“Desde que ela foi vendida — a Petrobras vendeu a refinaria para o grupo 3R — esse volume que ela entregava foi reduzido. A Petrobras tem entregue às distribuidoras um volume menor mês a mês do que ela costumava entregar”, disse o revendedor. E acrescentou: “A gente tem que pegar fora. Se a gente consome 50 milhões de litros, a Petrobras entrega 35 milhões. Está faltando 15. Aí, 10 a gente tem de ir pegar fora”. De acordo com o em-presário, não há uma resposta da empresa que explique essa situação.
A TRIBUNA DO NORTE procurou a estatal para saber sua posição sobre isso, mas ainda não houve resposta. O Sindicato dos Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN) informou que não comenta sobre preços porque cada estabelecimento tem autonomia para praticar seu preço e responder por isso. Além disso, haveria impedimento pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que proíbe esse tipo de comentário e investiga quando isso ocorre.
O presidente do Sindipostos, Maxwell Flor, falou com a reportagem na condição de revendedor e confirmou a dificuldade de adquirir combustível no Estado. “Como revendedor, eu tenho dificuldade de comprar a gasolina porque se encontra em restrição pelas distribuidoras. Com isso tem revendedoras que estão precisando buscar fora, em Suape, Pernambuco, por exemplo”, disse.
Ele relata que, por essa razão, o preço praticado até o final de semana, não estava cobrindo a operação, mesmo com as recentes quedas dos valores concedidos pela Petrobras. “O preço antes da redução dos impostos, antes da redução da Petrobras, era de R$ 7,99. Aí tivermos menos R$ 1,02 do ICMS e, se tirar as quatro reduções da Petrobras, deveria ser R$ 5,72 e ainda estou praticando R$ 5,49, menos do que deveria”, argumenta o empresário.
Tribuna do Norte