O uso do desenho como recurso terapêutico, para pacientes com câncer, fundamenta o desenvolvimento da livre expressão de medos e ansiedades, relacionados à doença, à hospitalização e aos efeitos colaterais do tratamento. Dessa forma, a arte de desenhar se propõe a reestruturar o paciente emocionalmente, trazendo estabilidade psíquica e, posteriormente, física.
Acerca dos benefícios do desenho, utilizado como recurso de mediação artística com pacientes que lutam contra o câncer, podemos trazer a contribuição do trabalho voluntário, desenvolvido pelo artista Ricardo Tinoco, há 11 anos, no setor educacional da Casa Durval Paiva, em Natal. A exemplo, podemos citar a história do paciente Manoel Patrício, 21 anos, residente da cidade de Ouro Branco, interior do Rio Grande do Norte, assistido pela Casa Durval Paiva, desde 2010.
Patrício, durante o tratamento da leucemia, frequentava as atividades desenvolvidas na Classe Domiciliar e Hospitalar da CDP, onde teve seu primeiro contato com o desenho, nas oficinas de desenho ministradas por Ricardo. Atualmente, transplantado e de alta médica do tratamento, se descobriu como artista e faz uso das técnicas do desenho voltado para o autorretrato e, assim, dá vida as suas criações e comercializa-as. Além disso, passou também a dar sua contribuição, semanalmente, como monitor, no ateliê do artista Ricardo, e ministrar uma oficina de desenho com as crianças e adolescentes no setor educacional.
Diante do exposto, é possível notar que a prática do desenho pode trazer inúmeros benefícios, para além do alívio ao estresse e a sensação de confiança, vem para aprimorar a capacidade de percepção, concentração e criatividade, e no caso de Patrício, trabalhar a autonomia, resgatando a cidadania e reinserção social dele. Motivos pelos quais fazem valer o incentivo dessa prática em pacientes que lutam contra o câncer.
Por Sandra Fernandes da Costa – Coordenadora Pedagógica Casa Durval Paiva
